Acervo Bem.te.vi

A imagem retrata uma cena movimentada na Rua Grande, um espaço urbano caracterizado por sua arquitetura de prédios antigos e comerciais. As construções ao fundo possuem fachadas desgastadas, com pintura descascada e janelas simples, remetendo a um estilo arquitetônico tradicional e funcional. À direita, há um edifício de cor clara com detalhes em azul escuro, enquanto à esquerda, outro prédio exibe tons amarelados e sinais de desgaste. No centro da imagem, dois vendedores chamam a atenção. Um deles está vestido como o Homem-Aranha, usando um traje azul e vermelho característico do personagem, enquanto o outro está de roupa casual. Juntos, eles estendem as mãos para formar um arco, criando uma interação lúdica no meio da rua. Ao redor deles, várias pessoas caminham carregando sacolas grandes, sugerindo um ambiente comercial ativo. A cena é emoldurada por um efeito de vinheta que escurece as bordas da imagem, diminuindo a visibilidade dos rostos das pessoas nas laterais. Nas margens da rua, barracas coloridas e produtos expostos reforçam o clima de comércio da Rua Grande. A iluminação natural destaca o centro da imagem enquanto as bordas permanecem mais sombreadas, criando um contraste que direciona o olhar para a interação central.
A espetacular Rua Grande. Por Bruno Goulart

No Centro de São Luís, a Rua Grande atravessa uma área relevante e cheia de memórias afetivas para qualquer ludovicense. Saindo da rua do Passeio à João Lisboa, ou vice-versa, cruzar esta rua comercial, mas também com diferentes marcos arquitetônicos, é passear pela história da cidade e pelo presente onde se encontram pessoas das mais diferentes partes da ilha, além dos frequentadores assíduos, moradores e trabalhadores da região. Não se trata apenas de fazer compras, resolver alguma pendência ou simplesmente atravessar o Centro por uma rua sem trânsito de carro. Estar na Rua Grande é ser envolvido por muitos estímulos visuais, sonoros, olfativos etc, pela pulsação popular e pelas novidades sazonais do comércio e da vida comum.

Através das fotografias de Bruno Goulard, Elayne Pinheiro e Lucas de Araújo, produzidas na disciplina de Fotojornalismo do DSC-UFMA, podemos fazer um passeio visual entre pessoas, prédios, lojas, camelôs, produtos e a própria rua, como protagonista desta história visual. Fotografar neste espaço é lidar de outro modo com a disputa pela atenção e com as muitas estratégias possíveis para comercializar produtos e serviços. É olhar para os prédios evocando as várias camadas de tempo que neles habitam. É também evocar uma estética própria das barracas móveis que ocupam as calçadas da rua em duelos com as lojas. E sem dúvidas, pela fotografia podemos criar um cristal desse espaço-tempo para entendermos um pouco a experiência do agora. 

 

Ocupantes da rua

Transeuntes no reflexo de lentes de óculos à venda por camelôs na Rua Grande, em São Luís. A imagem mostra de perto três pares de óculos com lentes espelhadas, presos a uma grade de exposição. Cada lente reflete uma cena da rua: a lente amarela mostra pessoas caminhando diante de fachadas em tons quentes; a lente azul reflete o céu claro, barracas de lona laranja e uma movimentada calçada; a lente à direita, com tonalidade escura, também mostra partes do ambiente urbano. O fundo está desfocado, dando destaque aos reflexos nas lentes. A imagem é vibrante e possui contrastes de cores.
Transeuntes no reflexo. Por Bruno Goulart

 

Camadas de tempo no patrimônio arquitetônico

A imagem mostra uma movimentada rua de comércio popular em um centro histórico. À esquerda, um casarão azul claro com janelas altas emolduradas de branco e sacadas de ferro trabalhado chama a atenção. Abaixo, uma loja com a placa “CASAS BAHIA” funciona no térreo do prédio. Ao fundo, outros prédios antigos, coloridos e com arquitetura similar, formam uma linha contínua até o horizonte. Do lado direito da rua, barraquinhas, carrinhos de mercadorias e caixas cobertas compõem o cenário de vendedores ambulantes. Diversas pessoas caminham, algumas com sacolas, outras conversando ou observando vitrines. O céu está azul intenso, com a lua visível mesmo durante o dia. A iluminação natural e as sombras suaves indicam o fim da tarde. A cena retrata o cotidiano vibrante e popular de uma rua central.
Sol e sombra ao som de movimentos na Rua Grande. Por Elayne Pinheiro
A imagem mostra a fachada de um prédio histórico de esquina, pintado em vermelho vibrante com detalhes brancos. O edifício possui dois andares e janelas altas com esquadrias e gradis brancos, todas simetricamente distribuídas. Em destaque, uma varanda com grade de ferro trabalhado sob uma das janelas centrais. No topo da construção, um frontão decorativo branco em estilo clássico enfeita o canto superior do prédio. Uma sombra projetada de outro edifício encobre parte da fachada, criando um contraste entre luz e escuridão. Na base do prédio, a placa de uma farmácia “Drogarias Ultra Popular” aparece em vermelho e amarelo. Cartazes nas janelas anunciam a compra de ouro. O céu está completamente azul, limpo, reforçando o clima ensolarado do dia. A arquitetura e a composição transmitem um ar de preservação cultural e vida urbana ativa.
No calor do sol e refúgio das sombras, edifícios arquitetônicos que transbordam sua arte. Por Elayne Pinheiro
m varandas com grades de ferro trabalhadas em detalhes ornamentais. Um forte reflexo do sol incide sobre uma das janelas, criando um brilho intenso em forma de estrela que se espalha em feixes luminosos. No topo do prédio, o telhado de telhas cerâmicas se destaca, e pequenas plantas crescem entre as frestas e na calha, sugerindo ação do tempo e ausência de manutenção. A sombra de outro edifício cobre parte da fachada azul e da placa comercial “CASAS BAHIA”, na base da construção. No canto inferior direito da imagem, aparece parcialmente uma silhueta escura de uma pessoa, desfocada, contribuindo com uma sensação de movimento e vida urbana. O céu ao fundo está limpo, azul profundo.
Brilho na arquitetura histórica maranhense. Por Lucas de Araújo

 

Camelôs: a rua é a vitrine

 

 

A imagem em preto e branco retrata uma cena urbana onde um edifício de quatro andares domina a composição. Sua fachada apresenta sinais evidentes de desgaste, com manchas escuras e descascamento na parte superior, além de janelas de vidro emolduradas por estruturas metálicas. Grafites e rabiscos cobrem parte da parede no nível térreo, trazendo um aspecto de abandono e resistência ao espaço arquitetônico. Sobrepondo-se ao prédio, um fluxo de pessoas caminha pela calçada, criando um efeito visual fantasmagórico. As silhuetas translúcidas sugerem um ritmo contínuo e dinâmico do comércio local, evocando a efemeridade do movimento urbano. Algumas figuras destacam-se mais nitidamente: um homem de camiseta clara e bermuda caminha à esquerda, enquanto uma mulher de vestido estampado avança pelo centro da imagem. Entre os transeuntes, formas sobrepostas revelam elementos comerciais, como balões e produtos expostos, insinuando a presença de barracas e vendedores ambulantes. Ao centro, um poste de iluminação se ergue, cortando verticalmente a composição. Sua luz não está acesa, mas sua presença contribui para a sensação de profundidade da cena. A textura do chão de paralelepípedos é visível em meio às camadas de imagens, reforçando a identidade histórica e comercial da área. A fusão entre o prédio estático e o movimento incessante das pessoas cria um contraste simbólico entre a permanência e a transitoriedade da vida urbana.
Vida que passa, rua que segue. Fotomontagem de Jane Maciel a partir de fotografias de Lucas de Araújo

FICHA TÉCNICA

Coordenação do projeto: Profa. Jane Maciel
Fotos: Bruno Goulart, Elayne Pinheiro e Lucas Araújo
Curadoria: Jane Maciel, Bruno Goulart, Elayne Pinheiro, Lucas Araújo e Israel Costa
Tratamento da Imagens: Bruno Goulart, Elayne Pinheiro, Lucas Araújo e Jane Maciel
Texto de apresentação: Jane Maciel
Legendas: Elayne Pinheiro, Lucas Araújo, Bruno Goulart, Jane Maciel e Israel Costa
Texto da Audiodescrição: Bruno Goulart e Israel Costa
Web Designer: Beatriz Diniz